quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A Saga do Refluxo

Hoje vou tratar de um assunto que acomete uma pequena porcentagem dos bebês e pega nós mamães de surpresa: O refluxo.
Contarei minhas experiências, desde a descoberta, até o presente momento e como tenho lidado com isso. 
Para quem não conhece, listarei também os sintomas mais comuns, para que você mamãe, que suspeita que seu filho tenha, possa reconhece-los e procurar orientações médicas e mais uma listinha de cuidados que você mesma pode começar a ter se o seu bebê apresentar alguns sintomas.




O refluxo gastroesofágico ou doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) consiste no refluxo de conteúdo alimentar presente no estômago para o esôfago, normalmente com pH ácido, embora possa ser também de conteúdo biliar, neste caso chamado refluxo alcalino. É uma das afecções mais frequentes na prática médica.
O refluxo, que contém material ácido, atinge a faringe e até a boca, provocando, tal como na pirose, ardor, queimação, mal estar e em casos extremos a morte. "
Descrição retirada do site Wikipédia
                                                             https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_refluxo_gastroesof%C3%A1gico

Logo que o Vicente nasceu observei que ele não tinha o hábito de arrotar, raramente acontecia. As vezes depois de meia hora regurgitava um pouquinho chorando...
Até então, nós mães inexperientes achamos normal o choro, visto que o recém nascido sempre está dando aquela resmungadinha...
Nas primeiras semanas, notei que ele não estava ganhando o devido peso que é recomendado por dia nos primeiros meses, cerca de 20 a 30 gramas diárias para compensar aqueles 10% perdido após o segundo dia de vida. 
Me perguntava como isso era possível, já que ele mamava entre 40 minutos e 1 hora a cada 3 horas!
E em pouco tempo lá estava ele mamando e regurgitando horrores depois de cada mamada, chorando sempre no finalzinho, ficava irritado, regurgitava e não se passavam as 3 horas e ele já queria mamar de novo. Mal dava tempo de acontecer a reposição do leite nas mamas e ele precisava de mais.

Pesava ele uma vez por semana, sempre naquela torcida para conseguir atingir a meta, mas estava difícil. O bebê estava crescendo em centímetros disparados e enquanto que em peso não acompanhava.
A pediatra e algumas enfermeiras começaram a me culpar, dizendo que eu não estava amamentando corretamente, ou talvez não bebendo tanto líquido para dar conta da demanda da amamentação. Só retornava das consultas frustrada! Me orientaram a dar complemento, eu dava na chuquinha após as mamadas, mas a regurgitação era muita e logo estava ele chorando de fome outra vez...
Um belo dia, porém um tanto quanto difícil, o Vicente não parava de chorar, estava extremamente irritado, notei que não podia ser apenas cólicas, nem febre, era algo que eu desconhecia, decidi leva-lo ao pronto socorro. A médica de plantão ao ouvir meu relato disse para que eu o levantasse, deitando ele inclinado no colo de cabeça bem erguida. Eureka! O Vicente parou de chorar no mesmo instante! Ela me orientou como cuidados básicos podem ajudar um bebê que sofre de refluxo.

 Sintomas em um bebê com refluxo:
  • Irritação após ou durante o aleitamento
  • Pouco ou nenhum aumento de peso
  • Regurgitação excessiva
E foi assim que descobri...A partir daí tudo começou a fazer sentido e melhorar.
Ela me recomendou intercalar as mamadas com leite anti-regurgitante. Nesse segundo mês e meio de vida, ele começou a ganhar bastante peso, além da medicação que ela passou para ajuda-lo a não sofrer com meu leite, a cada 3 horas ele mamava meu leite e na próxima mamada a mamadeira e em poucas semanas estava no peso ideal.Sem excesso de choros, sem tanta regurgitação, somente a necessária, que é uma quantidade bem pequena se comparada a de antes.
  Cuidados básicos no dia a dia:
  • Manter a cabeça sempre elevada, nunca deixar o bebê completamente na posição horizontal
  • Colocar apoios em carrinhos e berço. Sempre fazer uma elevação, seja com colchões próprios ou fazendo adaptações com almofadas e cobertas
  • Amamentar o bebê sempre com a cabeça inclinada
  • Evitar balança-lo após as alimentações


Passei por uma especialista, ela me deu as mesmas orientações que a plantonista e complementou dizendo que quanto mais coisas sólidas ele passasse a se alimentar depois do 6° mês, o refluxo iria desaparecendo. Também recomendou o uso de "engrossante" em algumas mamadeiras. Mas daí, agravou um outro problema, o de intestino preso que tratarei numa nova postagem.
A partir do 5° mês já adicionei frutas na sua alimentação. Com 5 meses e meio comecei a oferecer almoço e assim sucessivamente...No 5° mês também meu leite secou, por conta da diminuição das mamadas e hormônios da nova gestação. Comecei a fazer testes com outras marcas de leite, já que ele só tomava o Aptamil Ar. Não funcionaram. Bastava duas mamadeiras de um leite diferente para ver ele irritado e regurgitando horrores novamente.
Embora não recomendado pelos médicos e fabricantes para bebês tão novos, optei pelo Ninho Fases. Sozinho ele ainda causa refluxo no Vicente, minha estratégia foi diminuir as medidas dele acrescentando o Aptamil Ar. No inicio a proporção era  70% Aptamil para 30% de Ninho, depois fui para a metade de cada e hoje, nas únicas 3 mamadeiras por dia que ele toma, são 5 medidas de Ninho para 2 de Aptamil. 

Nas demais alimentações, evito dar suco ou aguá seguidas da papinha. Espero pelo menos meia hora, para que a comida "desça" e evite que o líquido a traga de volta.
Se o seu bebê apresenta sintomas parecido, procure ajustar essas medidas e procure orientações médicas, pois os bebês precisam ser medicados também e acompanhados pelo pediatra. Existem também exames de imagem que diagnosticam o refluxo. é muito importante ser tratado para evitar lesões na laringe, faringe, além do ganho de peso do bebê e para acabar com o desconforto constante.
Conte para nós sua experiencia, como descobriu e como tratou o refluxo em seu filho(a). Divida conosco essas informações para que possamos aprender a cada dia mais a cuidar dos nossos pimpolhos. Se tiver alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário.
Beijos mamães! Até a próxima!!!


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